A conversa com Néia revela sua profunda conexão com as celebrações religiosas de Joanópolis, desde as memórias da infância até o papel ativo no resgate da Festa do Divino.
Arineia de Oliveira Pinheiro, a Néia, é uma guardiã das tradições em Joanópolis, atuando como artesã, devota e elo de memória das festas populares. Além de ser uma das principais responsáveis pela confecção das bandeiras, roupinhas e adornos para a Festa do Divino Espírito Santo e Folia de Reis, ela carrega as memórias da Festa de São Gonçalo de sua infância. Néia representa a força da devoção e da ação prática, sendo um pilar de apoio para a continuidade do trabalho deixado pela Professora Neide e um exemplo de fé na superação de adversidades.
Resumo da Entrevista
A conversa com Néia revela sua profunda conexão com as celebrações religiosas de Joanópolis, desde as memórias da infância até o papel ativo no resgate da Festa do Divino.
Memórias de Infância e o Resgate da Fé
Diferente do Divino, Néia lembra vividamente da Festa de São Gonçalo na infância, realizada no sítio onde morava, com bandeirinhas e rodas de dança. Sua participação na Festa do Divino só se iniciou mais tarde, por influência de sua neta, Laís, que foi levada por Cidão para aprender viola e se juntar ao grupo de matutos. Néia inicialmente resistiu, mas ao acompanhar a neta nos ensaios com a Professora Neide, ela pegou gosto pela devoção e se tornou uma fervorosa seguidora, viajando com o grupo e abraçando o propósito da Festa do Divino Espírito Santo.
A Guardiã do Artesanato e da Tradição
Néia se destaca por ser uma das principais artesãs da festa. Ela é a responsável pela confecção de grande parte das bandeiras do Divino, das roupinhas do Reizinho e dos fuxicos, utilizando seu talento para costura e pintura. Ela relata que a produção é constante, pois a manutenção da festa exige planejamento e trabalho o ano inteiro. Essa união de esforços é crucial, pois, como ela explica, a união e a colaboração do grupo são o que impedem que a tradição se perca, assim como ocorreu no passado.
Fé, Devoção e Legado
A entrevistada reforça a importância da Professora Neide, que foi essencial para o resgate do Divino e para o preparo de sua neta, Laís, como sucessora. A sua devoção pessoal se manifesta na superação de uma doença, que a deixou imobilizada por um período. Ela conta que pediu ao Divino Espírito Santo para que a curasse, prometendo servir a Deus, e alcançou a graça de voltar a andar. Néia finaliza a conversa enfatizando que o Divino Espírito Santo é o espírito de Deus e que a saúde é o maior bem para continuar servindo, expressando sua gratidão por poder contribuir e garantir a continuidade da Festa.
Ficha Técnica
Produção Executiva: Lili Andrade
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