Fotos e texto: Caio Buni

Este é um ensaio fotográfico sobre o práticas domésticas do catolicismo em Joanópolis, composto por três partes, referentes a três lares: as casas da Dona Rosa, da Dona Maria Paião e de Seu Adão Raimundo.

Devido a tradição católica da cidade, é muito comum encontrar nos lares joanopolenses, um espaço destinado a “morada“ dos santos, de devoção pessoal e familiar, como oratórios e capelas.

Dona Rosa, mora no bairro rural do Bom Sucesso. Em sua casa há uma capela, utilizada por ela, sua família nuclear (seu marido e filhos) e, também, pelos seus cunhados e cunhadas, que são seus vizinhos.

Na decoração da casa da Dona Maria Paião, existem muitos objetos religiosos, além de um oratório com diversos santos.
Diariamente, ela monta seu altar para rezar. Além dos santos, incluí o retrato de seu falecido marido, que sempre foi seu companheiro de reza.

Todo dia treze, há 22 anos, Dona Maria Paião e sua filha Shirley rezam o terço da Nossa Senhora Rosa Mística, a quem atribuem o sucesso do complicado nascimento da única filha de Shirley. Assim, Rosa Mística se tornou santo de devoção familiar.

Além da oração à Rosa Mística, Dona Maria Paião e Shirley costumam participar do terço de Nossa Senhora da Luz, que ocorre no terceiro domingo de cada mês, na igreja do bairro dos Pires, na vizinhança do sítio onde a família morou durante a infância de Shirley.

Oratório, esquerda a cima. Imagem de Nossa Senhora Guadalupe, esquerda a baixo. Dona Maria Paião, a direita.

Altar de reza cotidiana de Dona Maria Paião, a esquerda. Retrato dela com seu marido, junto a imagem de Nossa Senhora Aparecida, a direita.

Shirley, rezando o terço da Nossa Senhora Rosa Mística, a esquerda. Altar preparado para a reza do terço, com três representações da mesma santa, a direita.

Fotografia do Papa João Paulo II, como decoração da casa, a esquerda. Presépio montado por Shirley, a direita.

Seu Adão Raimundo, filho de Dona Maria Paião, é violeiro e participa da Orquestra de Viola Caipira Matutos da Mantiqueira. Além de colaborar com a Cavalgada do Divino Espírito Santo como violeiro, também foi um dos pousadeiros da sexta Cavalgada, promovendo o “pouso“ na Igreja de Nossa Senhora da Luz, no bairro dos Pires, próxima ao sítio onde cresceu. Como agradecimento pelo “pouso“, ganhou uma imagem do Divino (foto acima, a esquerda). Seu santo de devoção pessoal é São Gonçalo, padroeiro dos violeiros (destaque na foto de seu oratório, acima, a direita).