Texto e fotos: Caio Buni – Publicado em Jornal Sintonia n08/2016

A 12ª Cavalgada do Divino Espírito Santo de Joanópolis iniciada no dia 3 de abril será realizada durante sete domingos, até o dia 22 de maio. No segundo domingo os cavaleiros de Joanópolis se reuniram com devotos de mais oito cidades no Encontro Estadual das Imagens e Celebrações do Divino Espírito Santo, na Catedral Divino Espírito Santo de Caraguatatuba.
A atual Cavalgada do Divino de Joanópolis é fruto de uma ampla reconstituição feita pela folclorista Neide Rodrigues Gomes durante décadas. A experiente pesquisadora da cultura tradicional brasileira estudou a estrutura da Festa do Divino como ela se realizava antigamente em Joanópolis, assim como em diversas outras cidades do Brasil e de Portugal. Foram resgatadas diversas músicas e práticas culturais, utilizadas atualmente nas festividades.
A Festa do Divino foi iniciada no século XII em Portugal, inspirada na teoria dos três tempos de Frei Joaquim de Fiore: o Tempo do Pai, contemplando desde a criação até o nascimento de Jesus Cristo; o Tempo do Filho, segundo ele “reinava” presente; e o vindouro Tempo do Divino, que seria marcado pela justiça e confraternização entre os homens, influenciando a ideia de um futuro igualitário para todos, representada atualmente pela comunidade envolvida no evento.
Durante a colonização do país, os portugueses trouxeram a tradição da Festa do Divino, que passou a ser realizada igualmente em diversas localidades do país, cada uma desenvolvendo suas próprias características. Em Joanópolis, as mais antigas relatos datam de meados do século XIX, sendo uma das mais importantes festividades religiosas da cidade até a fundação da Igreja de São João Batista, o santo padroeiro da cidade, a partir de quando a Festa foi diminuindo deixar de ser realizada.
Há onze anos, a Professora Neide se dedica a reunir devotos do Divino para promover a Cavalgada em Joanópolis.
O evento vem crescendo ano a ano, com participação de joanopolenses, visitantes da região e até mesmo de locais distantes do país.
O grupo de devotos é composto por imperadores e imperatriz do Divino, cavaleiros, violeiros, coral, bandeireiros e cozinheiros.
Eles se reúnem após a missa de envio, partindo para o Divino, localizado próximo da Igreja Matriz, visitam os pousadeiros e devotos e então seguem para o pouso, onde há a tradicional a chegada do Almoço do Divino, música de viola e interação entre o público.
